Com criação da Mirum, a campanha Doação Rejeitada faz um paralelo sobre o que acontece com doadores de sangue homossexuais no país, além de chamar a atenção para o desperdício de 18 milhões de litros de sangue que poderiam ser doados no país anualmente.

A campanha Doação Rejeitada, do Grupo Dignidade em parceria com a Mirum, busca demonstrar o constrangimento que homossexuais passam quando são impedidos de doar sangue, mesmo que tenham um único parceiro e faça sempre uso de preservativos.

Foi feita uma simulação de uma campanha do agasalho, câmeras escondidas foram instaladas em um ponto de coleta na cidade. Um ator se passou por um dos voluntários e impediu que as pessoas fizessem suas doações por motivos absurdos, questionando o estilo da roupa ou o material em que foi confeccionada, por exemplo.

Quando a pessoa se sentia ofendida ou demonstrava qualquer reação de frustração, o ator entregava o flyer da campanha com a mensagem: “Achou revoltante uma boa ação ser rejeitada? É isso que acontece com todo homossexual que tenta doar sangue. Assine a petição e ajude a tornar o processo de doação de sangue mais igualitário, com triagens sem preconceito”.

Os participantes deram depoimentos sobre o que aconteceu, contando como se sentiram e o que acharam da experiência de ter sua doação rejeitada. O produto principal da ação é um videocase compartilhado nas redes sociais do Grupo Dignidade. O vídeo está acompanhado por um link que promove a assinatura da petição Igualdade na Veia, buscando mais pessoas para aderirem ao projeto.

Veja abaixo o vídeo da campanha abaixo:

No Brasil, homens homossexuais só podem fazer doação de sangue se estiverem um ano sem manter relações sexuais com outro homem. Essa restrição impede que aproximadamente 10,5 milhões de homens brasileiros que se consideram homo ou bissexual façam doações. Levando em consideração que cada homem pode doar até quatro vezes em um ano, são desperdiçados em torno de 18,9 milhões de litros de sangue por ano. Sangue que poderia estar salvando vidas.

Existe uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5543, no Supremo Tribunal Federal (STF), suspensa desde 2017 com pedido de vista do Ministro Gilmar Mendes, que questiona o preconceito institucionalizado na referida portaria, já com voto favorável pelo relator, o Ministro Edson Fachin, que entendeu que estabelecer o comportamento de risco unicamente com base na orientação sexual é injustificável e inconstitucional. Nesta mesma ação, a Organização Mundial da Saúde reconheceu desatualização de suas orientações sobre doação de sangue por homossexuais.

O Grupo Dignidade tem como objetivo, através dessa campanha, gerar um debate público sobre este preconceito institucionalizado que considera a homossexualidade como um risco em si mesma e, futuramente reverter essa realidade no Brasil.

Clique na imagem abaixo para assinar a petição:

Fundo nas cores da Bandeira LGBTI+ e uma caixa em branco na esquerda onde tem o texto "Ajude a tornar a doação de sangue um processo sem preconceitos pela orientação sexual".
Assine a petição em bit.ly/grupodignidade

Doe e Ajude o Grupo Dignidade em sua luta por mais dignidade e direitos LGBTI+ 💖